quarta-feira, 31 de outubro de 2012

PSDB sai trincado da eleição municipal

A derrota agravou os problemas internos no partido que é, cada vez mais, o esteio da oposição conservadora e de direita: o PSDB.

Por José Carlos Ruy

A reação dos tucanos e da mídia conservadora ante a estrondosa derrota do PSDB na eleição municipal deste ano é surpreendente. Além de procurar desculpas para explicar o mau desempenho eleitoral nos dois turnos da eleição, alinhavam argumentos para fazer acreditar no improvável, o alegado enfraquecimento da base do governo da presidenta Dilma Rousseff, e tentam convencer incautos sobre um também alegado fortalecimento do PSDB nesta eleição. E apostando, sobretudo, num sonhado – como reconheceu o cardeal tucano eleito para a prefeitura de Manaus, Artur Virgílio – rearranjo partidário para 2014 que atrairia o PSB do governador pernambucano Eduardo Campos para uma aliança com o PSDB na disputa presidencial.

Vão gastar papel e tinta (ou tela e sinais eletrônicos, se quisermos modernizar a linguagem) em tentativas de consolo com escassa base nos fatos concretos.

A verdade indisfarçável é a de que os partidos de esquerda e centro-esquerda se fortaleceram, ao mesmo tempo em que a oposição conservadora e neoliberal desceu um degrau na escadaria do poder. PSDB, PPS e DEM (sobretudo) viram diminuir seus números de prefeitos, vereadores e de votos. Em contrapartida, PT, PCdoB e PSB cresceram ganhando maior número de votos, prefeituras e vereadores.

E a oposição, embora tenha ganhado em capitais importantes, como Manaus e Salvador (dando uma sobrevida ao esquálido DEM), perdeu a principal e mais importante disputa, a eleição em São Paulo, que tem influência nacional determinante.

Derrota que agravou os problemas internos no partido que é, cada vez mais, o esteio da oposição conservadora e de direita: o PSDB.

O partido dos tucanos mantém inegável força política, mas corroída por disputas internas que, fechadas as urnas, afloraram com força opondo lideranças declinantes, como o derrotado José Serra e o impopular Fernando Henrique Cardoso, a novas estrelas cuja ascensão no ninho tucano tem esbarrado justamente na oposição do núcleo paulista da legenda, como os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e Minas Gerais, Aécio Neves.

A movimentação começou logo no dia seguinte à derrota de José Serra. O governador mineiro Aécio Neves, que vive às bicadas com José Serra desde pelo menos a disputa para definir o candidato tucano para a eleição presidencial de 2010, viajou para São Paulo na segunda-feira (29), onde foi conversar com Fernando Henrique Cardoso para avaliar o desempenho partidário na eleição encerrada no domingo; seu contato com José Serra reduziu-se a um telefonema. Aécio que foi alçado, com o enfraquecimento de Serra, à grande estrela tucana, ao lado de outro desafeto do candidato derrotado, o governador Geraldo Alckmin, que também não reza pela cartilha serrista e que emerge da eleição como a outra grande estrela nacional do partido.

O estilhaçamento interno do PSDB é visível também na avaliação do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), um serrista de carteirinha que jogou a culpa da derrota de Serra sobre o que chamou de "negligência política" do PSDB. Foi na conta dessa “negligência política” que ele colocou o fracasso tucano em defender os motivos e a trajetória de seu candidato, sobretudo os temas conservadores que acolheu (aos quais o próprio Fernando Henrique Cardoso se referiu criticamente, durante a campanha) ou a decisão de renunciar à prefeitura em 2006, com pouco mais de um ano de mandato, e que foi um dos principais fatores da forte rejeição que as pesquisas de opinião registraram.

A fragmentação ocorre ao lado de um movimento visível no ninho para desinflar a hegemonia paulista (paulistana, mais precisamente) no PSDB. De Manaus, Artur Virgílio reforça esse movimento montado numa vitória que o recoloca no primeiro plano entre os caciques emplumados. E confessa que o “time dos sonhos” do tucanato é a improvável aliança com o PSB de Eduardo Campos em 2014. Sonho partilhado também pelo cardeal Fernando Henrique Cardoso.

Aécio é um dos crentes em uma “vitória” tucana. "O resultado superou nossas expectativas", disse, comparando o desempenho tucano com apenas o de um dos partidos da base aliada, o principal deles, o PT, e deixando deliberadamente de fora de seu foco de análise o desempenho das outras agremiações do núcleo de esquerda e centro-esquerda do governo, como o PCdoB, o PSB e o PMDB.

Outro que alardeia um fortalecimento tucano pós eleição é o presidente em exercício do partido, Alberto Goldman. "Saímos mais fortes. Apesar de ter perdido em São Paulo com 11% de diferença”, disse, ancorando-se num resultado nacional que considerou favorável que, em sua opinião, derivou de uma “maior capilaridade” do PSDB, de “uma presença mais expressiva”. Há opinião para tudo!

O mantra tucano pós derrota passou a ser a “necessidade de renovação”. O cientista político Humberto Dantas, do Insper, acredita na necessidade de "oxigenar" um partido cujas lideranças já estão avançadas em anos – Fernando Henrique Cardoso passa dos 80 anos, Serra dos 70 e Alckmin está na véspera de completar 60. Lideranças que têm se caracterizado, na última década, por colecionar derrotas eleitorais.

Não há como deixar de ler, nas entrelinhas da análise do professor, o nome de Aécio Neves, embora ele não o tenha citado. Mas ele apontou, em seu diagnóstico, o desafio a ser enfrentado para uma “renovação” tucana: a "truculência" das forças internas do partido, "viciadas na fórmula Covas-Alckmin-Serra". Truculência exposta já em eleições passadas quando a definição dos principais candidatos tucanos foi decidida quase a tapas.

Entre os problemas do PSDB apontados por Dantas está a necessidade de apresentação de novos nomes, novas lideranças que superem este triplo legado (Covas, Serra, Alckmin), está o que chamou de uma "significativa incapacidade de se planejar enquanto partido", e a urgência de encontrar "respostas estratégicas às demais perguntas deve tomar conta da agenda tucana urgentemente."

O desentendimento entre os caciques é um ponto frágil significativo, de desdobramentos que ainda não se pode prever. Outra fragilidade, enorme, são as ideias, é o programa. "O partido tem que construir seu discurso, fortalecer esse discurso de oposicionista para enfrentar o poder central que é o PT e seus aliados”, disse Alberto Goldman. “A estratégia é definir claramente sua posição e atuar, estar presente nos grandes temas que aparecem a todo momento”.

Ele repete, à sua maneira, aquilo que Fernando Henrique Cardoso vem repetindo há algum tempo. Artur Virgílio é outro para quem o PSDB, "mais do que novos quadros, precisa de novas ideias", aterrizando no cotidiano e falando “a linguagem das pessoas”, estando “superado isso de partido de intelectuais". Talvez ele tenha razão. Um partido de caciques intelectuais, distanciado do povo e dos trabalhadores, tem mesmo dificuldades crescentes à medida em que a democracia avança.

Mas que temas traduzir em “linguagem popular?” Com certeza será a reafirmação do mesmo repudiado programa neoliberal, de privatizações e omissão do Estado em relação aos problemas do povo, tudo isso embalado no cantochão do chamado “mensalão”. É um desafio e tanto para o tucanato visto que, cada vez mais, os brasileiros demonstram imunidade ao discurso privatista, elitista, antinacional e antidemocrático que os caracteriza.

O resultado da eleição deste ano aponta certamente para um rearranjo partidário, que corresponde a mudanças que ocorrem entre o eleitorado. Mas não se trata de um rearranjo à maneira conservadora. Bem, observadas as coisas, pode-se ver que, entre os quatro grandes partidos, dois perfilam no campo da esquerda (PT e PSB), um no campo que se pode chamar de cento-esquerda (PMDB) e um consolida-se como a legenda da direita (o PSDB). É preciso considerar também, nesta avaliação de uma tendência à esquerda do eleitorado, o notável crescimento do PCdoB, que avança e acumula forças.

Neste quadro partidário em movimento, onde a direita mais tradicional se estiola (o DEM agarra-se à tábua de salvação que significa a conquista da Prefeitura de Salvador) há um lugar demarcado para o tucanato: consolidar-se como o refúgio das forças conservadoras e oligárquicas numa nova formulação partidária onde elas perdem crescentemente expressão eleitoral. Pode-se prever os intensos conflitos entre as caciques tucanos até alcançarem a acomodação interna. É um processo em curso cujo próximo passo significativo será a eleição geral de 2014 (que inclui a disputa pela Presidência da República e dos governos estaduais). Serão dois curtos anos de fortes lutas no ninho tucano, envolvendo quase certamente Aécio Neves, Geraldo Alckmin, o renitente José Serra, sob a sombra de Fernando Henrique Cardoso. 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Bigardi tem compromissos com os trabalhadores


Com a maior votação obtida por um candidato a prefeito, Pedro Bigardi quer ser “o melhor prefeito que o município já teve”, como ele afirmou após confirmada sua vitória. 

Ele tem o compromisso com os trabalhadores em adotar políticas públicas eficientes, com mais escolas e creches, e um sistema de saúde com mais qualidade, além da redução dos custos com transporte coletivo.


“O objetivo é que os trabalhadores possam usufruir mais dos serviços públicos e, consequentemente, tenham a oportunidade de utilizar parte dos seus rendimentos para dar mais qualidade de vida às suas famílias”, comentou Bigardi. 


A oferta de serviços públicos mais eficientes será benéfica para todos os segmentos da sociedade, que inclui desde os trabalhadores até os empresários, já que a redução do custo de produção permite aos empresários oferecer melhores salários e condições de trabalho.


“Vamos dialogar com os diferentes segmentos da sociedade para que possamos integrar várias cidades distintas em uma que seja boa para todos”, afirmou.


A prioridade do governo Pedro Bigardi é o trabalhador, principalmente aquele que continua sem acesso à moradia adequada, à saúde, à escola e a outros direitos básicos, permanecendo excluídos da vida social.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Parabéns ao Partido dos Trabalhadores!

Tivemos uma vitória significativa e histórica nesse Domingo, 28/10/2012. 

Esse grande resultado é fruto não apenas dessas eleições, mas de uma construção histórica na qual o PT é protagonista em Jundiaí e tem sido no Brasil. Do trabalho de muitos que não desistiram de lutar e continuam em frente nesse projeto de renovação democrática da cidade. Portanto, em primeiro lugar, quero saudar e parabenizar toda nossa militância pelo excelente trabalho e pelo resultado alcançado! Nós merecemos comemorar!

O PT teve resultados muito expressivos no Brasil e no Estado de São Paulo, que mostram a confiança e o reconhecimento das pessoas ao trabalho desenvolvido pelas nossas administrações. Tenho orgulho do Partido dos Trabalhadores.


A partir de agora, juntos com Pedro BigardiDurval Orlato e os partidos coligados, teremos muitos desafios para tornar realidade esse projeto político que tanto defendemos - pois queremos nossa Jundiaí socialmente justa, governada de forma democrática, eficiente e transparente.

Teremos no PT o nosso vice Durval Orlato e três vereadores na Câmara Municipal, Paulo Malerba (eu), Gerson Sartori e Marilena Negro. Esses companheiros e essa companheira terão a responsabilidade de mediar esse projeto entre o poder público, os partidos e a sociedade. Sem dúvida, será uma grande responsabilidade.

Precisamos estabelecer um padrão de alta qualidade para governar a cidade. Um padrão republicano. Esse diferencial será uma de nossas atribuições. Esperamos contar com toda nossa militância para que esse governo consolide nossos ideais e realize o projeto que construímos por tantos anos.

Para mim essa vitória é muito especial, tanto pela minha eleição quanto pela do Pedro Bigardi. Eu a recebo com serenidade, compreendendo o nosso momento histórico e buscando honrar essa confiança.

Essa nossa vitória não tem caráter de punição ou vingança contra qualquer outro grupo político. Pelo contrário, temos que governar para toda a cidade e dialogar com todas as forças políticas de Jundiaí. Temos o nosso projeto político e vamos buscar implementá-lo da melhor forma possível, o que nos rege é o princípio republicano, onde os interesses públicos, coletivos e sociais estão acima de interesses individuais e privados.

Forte abraço e saudações petistas!

Pedro Bigardi (PCdoB) e Durval Orlato (PT) vencem as eleições para prefeito em Jundiaí!


O deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB) é o novo prefeito de Jundiaí. Com 98,17% das urnas apuradas, o candidato da coligação Confiança Para Renovar aparece com 65,59% dos votos válidos. Luiz Fernando Machado (PSDB) ficou com 34,41%. Os votos brancos somam 2,28% e os nulos, 4,68%. A abstenção está em 11,24%. Jundiaí tem 374.962 habitantes e é um dos dez municípios que integram o circuito das frutas no interior paulista, o que estimula o turismo rural. O comércio da cidade é desenvolvido em quase todos os ramos. 

Bigardi administrará um município com Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 16,6 bilhões, sendo R$ 9 bilhões do setor de serviços e comércio e R$ 5,2 bilhões do setor industrial. Os dados são do levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2009. Na área de transportes, todas as ferrovias do estado de São Paulo passam, começam ou terminam em Jundiaí, ligando a cidade diretamente ao Porto de Santos, que fica a 110 quilômetros.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Em Jundiaí, Lula apóia Pedro Bigardi e chama tucanos de predadores


Daniel Carvalho
Enviado especial a Jundiaí

O ex-presidente Lula voltou a atacar o PSDB na manhã desta segunda-feira (22), em Jundiaí (SP), e disse que é preciso tomar cuidado com os tucanos, porque eles têm "bico bonito", mas são "predadores".

Lula participou do comício do ex-petista Pedro Bigardi (PC do B), que enfrenta Luiz Fernando Machado (PSDB). A cidade está sob controle tucano há 16 anos.

"Vocês sabem que tucano tem aquele bico bonito, mas é predador. Quem conhece de aves sabe que tucano come passarinho novo no ninho, come ovinho. É preciso tomar cuidado", afirmou o ex-presidente que lotou uma pequena praça na cidade, que terá segundo turno pela primeira vez.

Lula disse que, assim como ele em 2006, e como a presidente Dilma Rousseff em 2010, Bigardi está sendo alvo de uma "central de mentiras".

Na reta final do primeiro turno, opositores espalharam panfletos relacionando o comunista ao escândalo do mensalão e afirmando que ele chamaria para compor o gabinete o ex-ministro José Dirceu.

"Vocês estão vendo a campanha contra o Fernando Haddad em São Paulo. É por isso que o Haddad vai ganhar também, como você vai ganhar aqui. Porque o povo brasileiro e o povo de Jundiaí tão com o saco cheio de mentiras, com o saco cheio de candidato que não tem o que falar e então começa a falar do outro", afirmou.

Na primeira etapa das eleições, Bigardi obteve 49,98%, enquanto Machado ficou com 42,95%.

DOENÇA

O ex-presidente abriu o discurso falando de sua saúde. Disse que estava "quase 100% curado", que a garganta ainda estava um pouco inchada e que já recuperou "90% da mobilidade da perna". "Logo, logo estarei marcando um golzinho", afirmou.

Lula chegou ao comício por volta de 11h30. O ex-presidente resolveu sair do carro antes de entrar na área reservada, o que gerou tumulto.

O ex-presidente discursou por pouco mais de 11 minutos. Disse que sua fala foi breve porque teria à tarde um encontro com o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy.

domingo, 21 de outubro de 2012

Bolsa Família não desestimulou procura por emprego, diz estudo

Desde que foi lançado, há cerca de oito anos, o programa federal Bolsa Família ajudou a retirar cerca de 30 milhões de brasileiros da pobreza absoluta. Em meio às muitas críticas recebidas, conseguiu derrubar previsões simplificadoras, como a de que estimularia seus beneficiários a manterem-se desempregados para receber ajuda estatal. É o que mostra a segunda rodada de Avaliação de Impacto do programa, realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) com 11.433 famílias, beneficiárias ou não, em 2009.
De acordo com o levantamento, quem recebe repasses do governo federal não deixa de procurar emprego. Ao considerar uma faixa de 18 a 55 anos de idade, a parcela de pessoas ocupadas ou procurando trabalho em 2009 era de 65,3% entre os beneficiários e 70,7% para os indivíduos fora do programa. Analisando pessoas entre 30 e 55 anos, a porcentagem é de cerca de 70% para ambos os grupos.
O índice de desemprego também é semelhante. Em 2009, 11,4% dos não beneficiados entre 18 e 55 anos estavam sem trabalho, contra 14,2% dos auxiliados pelo Bolsa Família. Na faixa de 30 a 55, a diferença é menor: 7% para as pessoas sem benefícios, ante 8,9% do outro grupo. “Em 2009, a busca por trabalho entre beneficiários é um pouco mais elevada que os não beneficiários. Esses resultados revelam, pois, não haver evidências de que haja desincentivo à participação no mercado de trabalho por parte dos beneficiários do PBF”, diz o documento.
O programa também ajudou a atrasar a entrada de jovens entre 5 e 17 anos de idade no mercado de trabalho, o que geralmente ocorre pela necessidade de auxiliar no sustento da família. Apesar desta faixa etária possuir níveis baixos de ocupação, houve avanços e quedas em geral.
Em 2005, 3,6% das meninas fora do Bolsa Família entre 5 e 15 anos trabalhavam, contra 2,2% das que recebiam auxílio. Entre os meninos nesta faixa, 5,5% sem apoio tinham emprego, contra 4,3% dos beneficiários. Quatro anos mais tarde, a porcentagem caiu para 1,9% das meninas e 3,2 dos meninos sem repasses federais para 2% das mulheres e 3,7% dos homens com ajuda financeira do programa.
Na faixa de 16 e 17 anos, 17,6% das adolescentes e 30,4% dos rapazes sem benefícios trabalhavam em 2005, contra 15,4% das mulheres e 32,6%, respectivamente, com benefício. Em 2009, 11,6% das meninas e 21,7% dos meinos sem benefício tinham emprego, ante 9,7% e 19,3 dos beneficiados.


O recebimento dos repasses do Bolsa Família varia de 32 a 306 reais mensais, segundo critérios como a renda mensal per capita da família e o número de crianças e adolescentes de até 17 anos. O programa, que tem orçamento de 20 bilhões de reais para 2012 – cerca de 0,5% do PIB -, está condicionado ao cumprimento de diversos fatores pelos beneficiários. Entre eles, a frequência mínima de 85% às aulas para crianças de 6 a 15 anos e 75% para jovens de 16 e 17 anos.
Os dados mostram uma série de avanços sociais proporcionados pela ação. Entre eles, a melhora ao acesso à educação entre os jovens pobres. O levantamento aponta que a frequência na escola entre crianças de 8 a 14 anos de idade é de 95%, mas o resultado vai piorando nas faixas etárias de 7 a 15 anos e entre 16 e 17 anos. Segundo informações obtidas por CartaCapital junto ao MDS (não pertencentes ao levantamento), entre 2009 e 2011 somente 4% dos beneficiários tiveram baixa frequência nas escolas. Em 2011, 95,52% deles cumpriram a cota mínima de presença exigida.
Apesar de os níveis de comparecimento às salas de aula estarem dentro do esperado, em 2009 a taxa de aprovação dos alunos com auxílio financeiro no ensino fundamental foi de 82% contra 83,8% da média, com melhora no ano seguinte: 83,1% contra 85,3%. A taxa de abandono, no entanto, foi menor que a média: 3,4% em 2009, ante 4,1; 3% em 2010, contra 3,5%.


Mas no ensino médio público os resultados são melhores para os integrantes do Bolsa Família. Em 2009, eles alcançaram nível de aprovação de 79,9%, contra 73,7% da media. No ano seguinte, o resultado foi de 80,8% contra 75,1% em favor dos beneficiários. A evasão escolar também foi menor que a da média: 7,5% em 2009 para os alunos do programa, contra 12,8%; 7,2% contra 11,5% em 2010.
Os resultados do levantamento ainda trazem avanços na área da saúde. Em 2005, as grávidas entrevistadas afirmaram ter ido, em média, a 3,1 consultas de pré-natal, um número que saltou para 3,7 quatro anos depois. Sendo que as mulheres com beneficio passaram de 3 visitas para 3,7 visitas, com a evolução de 3 para 3,5 das não auxiliadas. No mesmo período, caiu de 20% para 7% o total de gravidas entrevistadas que relataram não ter realizado pré-natal, com quedas significativas em ambos os grupos.


O tratamento dado às mães surtiu efeitos nos filhos. A prevalência de desnutrição aguda, crônica e baixo peso entre menores de cinco no período de 2005 a  2009 teve, em geral, queda semelhante para crianças de membros do Bolsa Família e de não beneficiados.
A proporção de crianças com desnutrição crônica caiu de 14,7% para 9,7% entre os beneficiários e 15,8% para 11% no outro grupo analisado. O baixo peso teve queda de 7,8% para 5,8% entre os não auxiliados e 7,2% para 5,9% nos beneficiários. A diferença nos casos de desnutrição aguda, no entanto, é grande: enquanto os entrevistados fora do Bolsa Família viram um aumento de 8% para 9%, os auxiliados registraram diminuição de 7,7% para 7,4%.
Outro dado elevado é a taxa de vacinação entre as 4,1 milhões de crianças acompanhadas no primeiro semestre de 2012: com o programa,  98,89% delas seguiram o calendário vacinal.

Confirmado: Lula em Jundiaí nesta segunda-feira!

Confirmado e definido: LULA estará nessa segunda-feira, 22/10, às 11 horas, na Praça da Matriz. Visita histórica para apoiar Pedro Bigardiprefeito e Durval Orlato, vice. Rumo à renovação! Até a vitória!


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Visita de Lula adiada

Por motivos de incompatibilidade de horários nas agendas, ocasionada pelos dois debates de amanhã em Sorocaba e Campinas, está adiada a visita do ex-presidente Lula a Jundiaí prevista para este sábado (20). 

Qualquer nova informação oficial será transmitida oportunamente. 

Obrigado pela compreensão.

Lula em Jundiaí neste sábado!

Dia 20/10, sábado, às 16 horas, LULA em Jundiaí!
No Clube Caxambu! Apoio a Pedro Bigardi e Durval Orlato!



Bigardi responde ataques com propostas para Jundiaí


Polícia Militar Muda Pra Campinas Atendimento 190

A Polícia Militar transferiu nesta quinta-feira (18) o atendimento do 190 de todas as ocorrências de Jundiaí para o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) de Campinas.
Ao ser atendido pelo 190 da Polícia Militar, usuários de Jundiaí terão seus atendimentos e ocorrências registrados pelos funcionários do Copom de Campinas, segundo informou o setor de relações públicas da PM.
O Copom em Campinas será responsável pela comunicação com os policiais de Jundiaí.
A mudança faz parte de uma série de medidas que, segundo a PM, visam agilizar o trabalho em Jundiaí. Na semana passada, todo o sistema de rádio da PM foi digitalizado para impedir que a comunicação fosse rastreada — o que frequentemente acontecia.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

26 sindicatos declaram apoio a Bigardi


Dirigentes de 26 sindicatos de Jundiaí declararam nesta terça-feira (16) apoio a candidatura de Pedro Bigardi à Prefeitura, durante encontro ocorrido na sede da Associação dos Aposentados.

Eliseu Silva Costa, presidente do nosso Sindicato comemorou a adesão de quase a totalidade dos sindicatos da cidade. “Isso mostra que o trabalhador quer um governo que lute pelos interesses da população e não de minorias”, disse. 


Os dirigentes decidiram pela elaboração de um manifesto de apoio à candidatura de Bigardi, que será entregue aos trabalhadores.
“É muito importante dialogarmos com a população na defesa do melhor projeto para Jundiaí. É o momento de tomarmos atitude para o bem da cidade”, comentou.


O candidato a vice-prefeito Durval Orlato disse que a população já definiu, no primeiro turno, as propostas e os nomes que quer para a cidade.
“Os mais de 100 mil votos alcançados comprovam que as pessoas confiam no Pedro como representante da cidade”, destacou. “É por isso que a oposição começou a apelar para a boataria”, explicou.


Agora, no segundo turno, a nossa oposição está reconhecendo que não tem chance e apelando para a boataria maldosa. Mas a atitude é tão apelativa e absurda que as pessoas estão percebendo isso e tendo cada vez mais a certeza de que Bigardi é o melhor candidato para a nossa cidade”, disse Durval. 


Um dos boatos que circulam pela cidade é que Pedro e Durval vão trazer pessoas que não foram eleitas nas cidades vizinhas para se juntar ao governo. 


O vereador eleito Gerson Sartori (PT) disse que um dos boatos é que Bigardi vai trazer pessoas de fora da cidade para a Prefeitura. “Temos pessoas muito competentes em nossa cidade. Eles estão desesperados”, comentou. 


Fábio Garcia, representante da União Nacional dos Estudantes (UNE), disse que o momento é muito importante para os estudantes e os trabalhadores: “Nós do movimento estudantil, juntamente com o movimento sindical, estamos mostrando a força do povo. Essa é uma mudança que queremos para Jundiaí”, disse o líder estudantil. 


Os dirigentes sindicais assumiram o compromisso de distribuírem o manifesto de apoio à Bigardi em suas categorias. Os bancários vão fazer mutirão no calçadão do centro da cidade.

Os sindicatos que declararam apoio a Bigardi são estes:


Metalúrgicos
Bancários
Gráficos
Alimentícios
Servidores Públicos Municipais
Aposentados
Rodoviários
Engenheiros
Servidores do INSS
Comerciários
Trabalhadores em Calçados e Vestuário
Auditores Fiscais
Mestres e Contramestres
Químicos
Trabalhadores e Servidores na Educação do Estado
Trabalhadores em Edifícios e Condomínios
Trabalhadores no Asseio e Conservação
Trabalhadores em Lavanderias
Trabalhadores em Conservação e Assistência Técnica
Trabalhadores em Institutos de Beleza e Cabeleireiros
Trabalhadores no Entretenimento e Casas de Diversão
Trabalhadores no Turismo
Trabalhadores Terceirizados
Trabalhadores Domésticos
Trabalhadores em Construção Civil
Trabalhadores em Vigilancia

Agora é Pedro Bigardi 65!

Pedro Bigardi tem compromisso de que obras e programas que já começaram não irão parar, pelo contrário serão executados de forma rápida e eficiente, pois hoje a maioria está muito devagar. Onde há dinheiro público investido não pode ocorrer desperdício, por isso não haverá ruptura, o que começou deve ser levado em frente, com qualidade. Além disso, serão realizadas muitas outras coisas que não estão sendo feitas, que estão no programa de governo, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), bases da guarda municipal, dentre outras.

É uma honra estar na campanha de Pedro Bigardi, que tem responsabilidade, maturidade e compromisso com a cidade de Jundiaí. Temos confiança para renovar!


domingo, 14 de outubro de 2012


A direita que ri extasiada


por Leandro Fortes, em CartaCapital
Tenho acompanhado nas redes sociais, desde cedo, e sem surpresa alguma, o êxtase subliterário de toda essa gente de direita que comemora a condenação de José Dirceu como um grande passo civilizatório da sociedade e do Judiciário brasileiro. Em muitos casos, essa exaltação beira a histeria ideológica, em outros, nada mais é do que uma possibilidade pessoal, física e moral, de se vingar desses tantos anos de ostracismo político imposto pelas sucessivas administrações do PT em nível federal.
Não ganharam nada, não têm nada a comemorar, na verdade, mas se satisfazem com a desgraça do inimigo, tanto e de tal forma que nem percebem que todas essas graças vieram – só podiam vir – do mesmo sistema político que abominam, rejeitam e, por extensão, pretendem extinguir.
José Dirceu, como os demais condenados, foi tragado por uma circunstância criada exclusivamente pelo PT, a partir da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, data de reinauguração do Brasil como nação e república, propriamente dita. Uma das primeiras decisões de Lula foi a de dar caráter republicano à Polícia Federal, depois de anos nos quais a corporação, sobretudo durante o governo Fernando Henrique Cardoso, esteve reduzida ao papel de milícia de governo. Foi esta Polícia Federal, prestigiada e profissionalizada, que investigou o dito mensalão do PT.
Responsável pela denúncia na Procuradoria Geral da República, o ex-procurador-geral Antonio Fernando de Souza jamais teria chegado ao cargo no governo FHC. Foi Lula, do PT, que decidiu respeitar a vontade da maioria dos integrantes do Ministério Público Federal – cada vez mais uma tropa da elite branca e conservadora do País – e nomear o primeiro da lista montada pelos pares, em eleições internas.
Na vez dos tucanos, por oito anos, FHC manteve na PGR o procurador Geraldo Brindeiro, de triste memória, eternizado pela alcunha de “engavetador-geral” por ter se submetido à missão humilhante e subalterna de arquivar toda e qualquer investigação que tocasse nas franjas do Executivo, a seu tempo. Aí incluída a compra de votos no Congresso Nacional, em 1998, para a reeleição de Fernando Henrique. Se hoje o procurador-geral Roberto Gurgel passeia em pesada desenvoltura pela mídia, a esbanjar trejeitos e opiniões temerárias, o faz por causa da mesma circunstância de Antonio Fernando. Gurgel, assim como seu antecessor, foi tutelado por uma política republicana do PT.
Dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, seis foram indicados por Lula, dois por Dilma Rousseff. A condenação de José Dirceu e demais acusados emanou da maioria destes ministros. Lula poderia, mas não quis, ter feito do STF um aparelho petista de alto nível, imensamente manipulável e pronto para absolver qualquer um ligado à máquina do partido. Podia, como FHC, ter deixado ao País uma triste herança como a da nomeação de Gilmar Mendes. Mas não fez. Indicou, por um misto de retidão e ingenuidade, os algozes de seus companheiros. Joaquim Barbosa, o irascível relator do mensalão, o “menino pobre que mudou o Brasil”, não teria chegado a lugar nenhum, muito menos, alegremente, à capa de um panfleto de subjornalismo de extrema-direita, se não fosse Lula, o único e verdadeiro menino pobre que mudou a realidade brasileira.
O fato é que José Dirceu foi condenado sem provas. Por isso, ao invés de ficar cacarejando ódio e ressentimento nas redes sociais, a direita nacional deveria projetar minimamente para o futuro as consequências dessas jurisprudências de ocasião. Jurisprudências nascidas neste Supremo visivelmente refém da opinião publicada por uma mídia tão velha quanto ultrapassada. Toda essa ladainha sobre a teoria do domínio do fato e de sentenças baseadas em impressões pessoais tende a se voltar, inexoravelmente, contra o Estado de Direito e as garantias individuais de todos os brasileiros. É esperar para ver.
As comemorações pela desgraça de Dirceu podem elevar umas tantas alminhas caricatas ao paraíso provisório da mesquinharia política. Mas vem aí o mensalão mineiro, do PSDB, origem de todo o mal, embora, assim como o mensalão do PT, não tenha sido mensalão algum, mas um esquema bandido de financiamento de campanha e distribuição de sobras.
Eu quero só ver se esse clima de festim diabólico vai ser mantido quando for a vez do inefável Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente do PSDB, subir a esse patíbulo de novas jurisprudências montado apenas para agradar a audiência.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Entrevista sobre aliança PT-PCdoB

Essa minha entrevista foi realizada em 2010, durante sabatina do Jornal Bom Dia. A questão foi a respeito de uma possível aliança entre o PT e o PCdoB em 2012. Naquele período já víamos com clareza a necessidade de unidade das forças políticas de esquerda e de oposição em Jundiaí, destacando que o nome de Pedro Bigardi era o mais forte no campo da oposição. Ainda afirmei: "essa conversa [sobre a aliança], eu quero fazê-la dentro de um programa, de um projeto e não simplesmente para ganhar a eleição". 

Fico feliz em ver que nesse ano decisivo conseguimos amadurecer essa ideia e iremos vencer as eleições e - especialmente - porque conseguimos construir um projeto político de renovação com qualidade para Jundiaí. O trabalho junto com diversos outros companheiros foi árduo, o diálogo avançou ao longo desses dois anos e conseguimos chegar nesse momento histórico.

Vamos em frente continuar trabalhando pois faltam apenas dois dias para a vitória!!!    


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Estudantes Fazem Passeata Exigindo Universidade Pública em Jundiaí


O assunto universidade pública deixou o ambiente das propostas eleitorais para ganhar as ruas na manhã desta terça-feira (2) em Jundiaí.
Centenas de estudantes sairam em passeata pelas ruas do Centro exigindo uma Universidade Pública para a cidade e repudiando a proposta do candidato a prefeito Luiz Fernando Machado (PSDB), da coligação Avançar para Fazer Futuro, que, segundo os organizadores, quer trazer apenas uma “classe” da Universidade de São Paulo com 40 alunos.
O candidato defende em sua campanha que o acordo para trazer um curso da Universidade de São Paulo para Jundiaí já foi assinado. Os estudantes divulgaram um vídeo onde registraram a manifestação.
Durante a campanha, a assinatura do acordo foi duramente criticada pelos adversários de Luiz Fernando Machado, especialmente por Pedro Bigardi (PCdoB), da coligação Jundiaí para Todos, e Cláudio Miranda (PMDB), da coligação Reaja Jundiaí.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí, o termo de interesse assinado entre a Universidade de São Paulo e a prefeiutra, na segunda-feira, 30 de setembro, é o primeiro passo para a vinda de um curso, provavelmente, na área de tecnologia da informação para a cidade.
Na ocasião, o prefeito Miguel Haddad recebeu o Reitor da Universidade, João Grandino Rodas, e e o professor Wanderley Messias da Costa, superintendente de Relações Institucionais da universidade.
De acordo com a Prefeitura, o trabalho será desenvolvido para trazer, a princípio, um curso de engenharia, na área de informática. À Prefeitura caberá providenciar um prédio de sete mil metros quadrados, que atenderá as necessidades da universidade.
Para Rodas, a formalização do interesse é um passo importante que dá o delineamento claro do desejo de Jundiaí e da USP — em nenhum momento, no entanto, o reitor foi categórico ao afirmar que a Universidade de São Paulo viria para Jundiaí, como pode ser lido nas declarações dele divulgadas pela própria Prefeitura.
“Agora vamos percorrer vários passos, como a criação de um grupo de trabalho que irá promover estudos de viabilidade”, disse o reitor.
“Não é fácil fazer parcerias como esta, precisamos de pessoas interessadas que se envolvam e se empenhem para que este trabalho se concretize. Importante é que a USP acredita em Jundiaí”.
Universidade Pública
O candidato Luiz Fernando Machado defende que ao assinar um acordo de cooperação com a USP, a Prefeitura de Jundiaí dá o primeiro passo para trazer a universidade de São Paulo, que é pública, para a cidade. Enquanto seus adversários afirmam que o acordo não passa de uma “carta de intenções” que não garante a universidade pública em Jundiaí.

Presidenta Dilma apoia Pedro Bigardi

“Foi uma honra ser contemporâneo e ter convivido com Eric Hobsbawm”, diz Lula em mensagem à viúva do historiador

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou nesta segunda-feira uma mensagem a Marlene Schwartz, viúva do historiador Eric Hobsbawm, que morreu nesta segunda-feira em Londres, aos 95 anos. Um dos intelectuais mais influentes da segunda metade do século 20, Eric Hobsbawm elogiou e incentivou publicamente o governo Lula em várias ocasiões. Para o ex-presidente, o historiador foi “um dos mais lúcidos, brilhantes e corajosos intelectuais do Século XX”.
Leia abaixo a mensagem na íntegra:
São Paulo, 1° de outubro de 2012
Prezada Senhora Marlene Schwartz
Acabo de receber, com profunda tristeza, a notícia do falecimento do seu marido, o querido amigo Eric Hobsbawm, um dos mais lúcidos, brilhantes e corajosos intelectuais do Século XX.
Desde que o conheci pessoalmente, muitos anos atrás, recebi de Eric, como ele preferia que eu o tratasse, incontáveis manifestações de estímulo à implantação de políticas que incorporassem os trabalhadores aos benefícios e à riqueza produzidos pelo conjunto da sociedade brasileira.
Ao longo da última década, li com um sentimento de orgulho as entrevistas em que ele atribuía ao nosso governo a responsabilidade por “mudar o equilíbrio do mundo e levar os países em desenvolvimento para o centro da política internacional”.
Quatro meses atrás, poucos dias antes de completar 95 anos, Eric Hobsbawm enviou-me, por um amigo comum, uma carinhosa mensagem. “Diga ao Lula para seguir lutando pelo Brasil”, disse ele, “mas não se esquecer jamais da sofrida África.” A partir de agora meu comprometimento com os irmãos africanos passará a ser, também, uma homenagem à memória de seu marido.
Mais que um privilégio, foi uma honra ser contemporâneo e ter convivido com Eric Hobsbawm.
Receba e, por favor, transmita aos filhos, netos e bisnetos dele as minhas homenagens.
Luiz Inácio Lula da Silva

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Historiador Eric Hobsbawm morre aos 95 anos

O historiador Eric Hobsbawm morreu na manhã desta segunda-feira (1º), aos 95 anos, de acordo com a família. O historiador marxista e escritor estava internado no hospital Royal Free, em Londres, depois de um longo período internado devido a uma pneumonia.
"Ele morreu de pneumonia nas primeiras horas da manhã, em Londres", afirmou a filha do historiador, Julia Hobsbawm, em comunicado. "Sua falta será sentida não apenas pela sua mulher há 50 anos, Marlene, e seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também pelos milhares de leitores e estudantes em todo o mundo."
Nascido em 1917, na Alexandria, no Egito, Hobsbawm ficou especialmente conhecido por sua série "A Era das Revoluções", "Era do Capital", "A Era dos Impérios" e "Era dos Extremos", traduzida a mais de 40 idiomas.
Filho de pai britânico e de mãe austríaca, mudou-se para Viena quando tinha dois anos, e depois para Berlim. Aos 14 anos, ingressou no Partido Comunista.
Casado duas vezes, com Muriel Seaman e Marlene - hoje sua viúva -, e pai de três filhos, Julia, Andy e Joseph, Hobsbawm era, além de admirador de Marx, um apaixonado pelo jazz.
Durante anos foi o crítico de jazz da revista progressista "New Statesman", sob o pseudônimo de Francis Newton - em homenagem ao trompetista comunista de Billie Holiday -, e escreveu um livro sobre o estilo.
Após publicar sua primeira obra em 1959, nos anos 1960 se estabeleceu como historiador de referência internacional, com uma análise da história não baseada na vida dos reis e estadistas, mas no contexto econômico e social.
Embora consciente dos excessos do comunismo totalitário, Hobsbawm foi fiel até o fim a suas ideias socialistas e sustentava que "a injustiça social ainda deve ser denunciada e combatida", já que "o mundo não vai a melhorar por si só".
Tornou-se membro da Academia Britânica, em 1978, e foi premiado com a Ordem dos Companheiros de Honra, em 1998. 
O intelectual estudou na Universidade de Cambridge e em 1947 se tornou professor na universidade londrina de Birkbeck, onde colaborou durante anos até chegar a sua presidência.
Também foi professor convidado na Universidade de Stanford, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e na Universidade de Corne. Seu último livro foi "Como Mudar o Mundo - Marx e o Marxismo", lançado em 2011. (Com agências)