Bigardi focou em sua ligação histórica com Jundiaí e sua maturidade política e pessoal. Apresentou propostas concretas para lidar com o problema da saúde e do planejamento urbano. Estava muito seguro nas respostas e mostrou ter sensibilidade social, além de já ter sido um gestor competente.
- por Rafael Alcadipani* no site OA Jundiaí
O eleitor jundiaiense teve uma rara oportunidade de comparar na tarde deste sábado (15) os candidatos a Prefeitura de Jundiaí.
Jundiaí é uma cidade grande, com um orçamento significativo e que possui problemas compatíveis com o seu tamanho. Um debate como o de hoje é fundamental para que seja possível comparar os candidatos e ver qual se destaca como o mais preparado para guiar os destinos da cidade nos próximos anos.
O debate transcorreu em alto-nível, sem ataques e ofensas pessoais, o que mostra a maturidade política dos candidatos. Estiveram presentes todos os candidatos.
Luiz Fernando Machado esteve na berlinda durante todo o encontro. Isso pelo fato de ele representar a continuação do governo Miguel Haddad. Em sua campanha, fora do debate, Machado tenta se colocar como uma renovação para Jundiaí, algo que ele não representa, pois foi vice prefeito de Haddad e abandonou a função para ser deputado federal.
Mesmo como deputado, sempre esteve ao lado de Haddad. No debate ficou evidente que as poucas propostas de Machado são muitas das ideias que têm sido apresentadas pelo PSDB em todas as eleições, mas que não foram entregues.
O exemplo citado, logo no primeiro bloco, foi o tão esperado Hospital Regional. Há anos se prometem para Jundiaí um hospital que nunca foi entregue.
Além disso, Machado foi muito hábil em falar, mas não consegui perceber muito conteúdo real atrás de sua bela oratória. A posição de Machado é muito difícil, pois grande parte do que ele propõe já poderia ter sido feito, dado o tamanho do orçamento de Jundiaí.
Porém, comparado com Haddad ele mostra ser mais inteligente e articulado.
Além disso, Machado sofre muito para conseguir fazer uma fala que seja verdadeiramente espontânea, natural. A fala parece ensaiada, treinada, robótica.
Machado firmou seu perfil de um parlamentar competente, mas deixou dúvidas sobre a sua condição de ser um gestor público de verdade.
Bigardi focou em sua ligação histórica com Jundiaí e sua maturidade política e pessoal. Apresentou propostas concretas para lidar com o problema da saúde e do planejamento urbano. Estava muito seguro nas respostas e mostrou ter sensibilidade social, além de já ter sido um gestor competente.
Parecia tranquilo, sereno e falou com firmeza. Não partiu para os ataques fáceis e focou em como resolver os problemas da cidade. O tão esperado embate entre os dois se deu de forma cordial e cortês.
O ex-prefeito Ibis Cruz mostrou que muito daquilo que temos em Jundiaí foi feito pelo seu governo e como, no comparativo com a atual gestão, ele fez mais.
Cláudio Miranda apresentou suas propostas e pontuou falhas significativas no governo Haddad. Ele também se mostrou firme e convicto de suas ideias.
Vanderlei Victornio, o BA, defendeu as bandeiras históricas do PSol, principalmente no que diz respeito a ética na política.
Os jornalistas fizeram perguntar firmes e diretas, mostrando uma postura totalmente independente.
De uma forma geral, o que se viu foi uma desconstrução das administrações do PSDB na cidade, desconstrução reforçada pelo próprio Machado que falou de uma Nova Jundiaí.
A Jundiaí real mostrou-se bem mais complexa do que a do marketing. A iniciativa do debate é ótima, e resta parabenizar o Jornal de Jundiaí Regional e a Band pela iniciativa que ajudou na democracia jundiaiense.
*Rafael Alcadipani é Professor Universitário
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