terça-feira, 16 de abril de 2013

A DESARRUMAÇÃO E DESCASO COM A EDUCAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
por Florisvaldo Roberto (Kiko)

Algum ano atrás ouvia dos Governantes do Estado de São Paulo e lia nos principais jornais, que São Paulo era a locomotiva do Brasil por concentrar as principais indústrias, o maior PIB da Federação e, além disso, ter os principais centros tecnológicos e educacionais do país.

Com o passar dos anos, o parque industrial vem diminuindo e a educação vem sendo deixada em segundo plano, com a diminuição visível da qualidade do ensino nas Escolas Estaduais, aprofundando consideravelmente as desigualdades entre os estudantes das escolas públicas para com as particulares.

Hoje, 84% dos estudantes do país estudam em escola pública e infelizmente grande parcela dessa massa de estudantes não conclui a educação básica obrigatória, que vai da educação básica ao término do ensino médio. Isso se deve a inúmeros motivos que infelizmente não são levados muitas vezes em consideração pelos responsáveis pela implantação das Políticas Educacionais nos quatro cantos do nosso Brasil. Ao concluírem essa primeira etapa dos estudos, aos trancos e barrancos, esses jovens descobrem uma realidade não menos perversa, ditada há dezenas de anos país afora e infelizmente no mais rico estado da federação não é diferente: de que primeiramente não foram “preparados” para disputar uma das vagas em Faculdade Pública ou na de mercado de trabalho. Isso para aqueles raríssimos jovens que ainda não foram obrigados a trabalhar para ajudar no sustento familiar.

Feita essas considerações, retornemos à discussão da educação no Estado de São Paulo. É estarrecedor descobrir e presenciar que nossas crianças e jovens do Estado, estão à mercê de uma educação pública de péssima qualidade, onde em uma cidade rica como a de Jundiaí, com economia diversificada, de 39 escolas estaduais existentes, há falta de professores em 29, onde as crianças são dispensadas quase que diariamente no período de aula, sem o conhecimento de pais ou responsáveis, colocando em risco a segurança das mesmas. Não venha o Estado dizer que isso é pontual, pois está ocorrendo sistematicamente nas Escolas de Jundiaí e cidades da região. Portanto, é sim política de Estado em total desacordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que estabelece que os estudantes tenham o direito a ter aulas todos os dias do ano escolar, e se o professor faltar tem de ser substituído.

A mobilização de pais, mães e alunos da Escola Estadual Professor Albino do B. Engordadouro em Jundiaí, que se organizaram através de reuniões na Escola, discutindo e detectando os problemas que haviam no local, serve de exemplo para que as demais escolas se MOBILIZEM através de pais e alunos e cobrem do Governo do Estado o retorno de seus IMPOSTOS através da aplicação na educação de qualidade para seus filhos. A partir das informações levantadas e divulgadas na imprensa, enviaram ofício à Secretaria Estadual da Educação, Denúncia ao Ministério Público e Câmara de Vereadores, levou a Secretaria Estadual de Educação a se reunir com representantes do movimento de Pais comprometendo a solucionar os gravíssimos problemas.

O MOVIMENTO SOCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO está adormecido e perde a oportunidade de participar das discussões que ocorrem país afora, pela melhora da Educação no Estado, nos Municípios e no País! Sabemos que a educação é base para o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL de uma Nação e para EXTIRPAR as desigualdades sociais que há na sociedade, e nesse momento em que se discute a participação nas CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE 2014, nas ESTADUAIS e MUNICIPAIS, os atores sociais envolvidos na Educação PAIS/ MÃES, ALUNOS, SINDICATOS, IGREJAS entre outros MOVIMENTOS SOCIAIS devem se articular para que a SOCIEDADE CIVIL de Jundiaí e demais cidades do AGLOMERADO URBANO, não fiquem sem a participação EFETIVA nesse fórum de discussão de suma importância! Hoje, infelizmente, no âmbito do Estado de São Paulo, vem sendo feita a discussão “às escondidas”, sem a participação de alguns dos principais atores, PAIS e ALUNOS, que são os primeiros interessados na melhora do ensino.
A melhora da educação vai muito além das reivindicações JUSTAS E LEGÍTIMAS por melhores salários de professores. Precisamos discutir o modelo educacional que queremos para o ESTADO DE SÃO PAULO. Será queremos esse modelo educacional que paga péssimos salários aos Servidores Públicos da Educação? Que deixa centenas de crianças sem aulas pela falta de professores? Que desmotiva nossos filhos a frequentarem as salas de aula? Que permite que nossas crianças sejam assediadas diuturnamente pelos malandros que rondam as escolas, oferecendo drogas e aproveitando da inocência e curiosidade natural da idade? Que praticamente acabou com a Ronda Escolar nas escolas? Que praticamente acabou com a família na Escola? É essa a escola que você papais, mamães querem que seus filhos continuem, ou seja, inseridos?

NÃO! Não é esse espaço educacional que quero continuar a ver nossos filhos inseridos. Precisamos participar dessa importantíssima discussão de melhora da educação no País e em especial na do Estado de São Paulo. Ainda mais agora, com os bilhões de reais do PRÉ-SAL que deverá ser aplicado futuramente na EDUCAÇÃO.

Já imaginou seu filho, sua filha, saindo de uma EMEB, e caindo em uma Escola Estadual, com ensino pedagógico diferente e péssima qualidade de ensino! Isso será um verdadeiro “choque educacional” e desestimulará o estudante desde o início. Precisamos nos organizar e mudar essa triste realidade!

MOBILIZAÇÃO! Isso sim faz a diferença e traz Mudanças!


Florisvaldo Roberto (Kiko) é pai de Estudante da Rede Pública de Ensino;
Militante em Defesa dos Direitos Humanos e Contra Discriminação;
Servidor Público e Defensor da Mobilização Social em Defesa da Educação Pública, 
Gratuita e de Qualidade.


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