terça-feira, 10 de julho de 2012

Exposição: Georges Méliès, o mágico do cinema

Numa carta de 1929, Georges Méliès escreveu que se não fossem os enormes esforços de seu pai, um fabricante de sapatos de luxo contrário à carreira de artista do filho, ele provavelmente teria ingressado na Escola de Belas-Artes e se tornado pintor. A história do cinema registra que não foi esse o destino do jovem francês e a partir daí deve-se a sua persistência e decisão em largar os negócios da família muito da origem da arte de filmar.

- Por Orlando Margarido, em Carta Capital

É, portanto, sempre tempo de celebrar Méliès. No ano passado, Cannes exibiu uma cópia restaurada em cores de Viagem à Lua (1902), um de seus filmes referenciais. Também em 2011 Martin Scorsese fez sua homenagem ao pioneiro em A Invenção de Hugo Cabret. Essa memória agora é detalhada na exposição Georges Méliès – Mágico do Cinema.

Vem da Cinemateca Francesa e do espólio sob a guarda da neta Madeleine Malthête-Méliès uma centena de peças, entre cartazes, desenhos, documentos, figurinos, objetos e fotografias, além de 11 filmes, que dão conta da ampla atuação do inventor. O mágico a que se refere o título não é mera expressão. Méliès se interessou pelo ilusionismo e tornou-se ele mesmo um profissional da arte quando em 1895 presenciou a primeira sessão dos irmãos Lumière.

Um ano depois, adaptou as engenhocas que começavam a surgir e estreou seu primeiro filme, baseando-se nos truques que o entusiasmavam para criar efeitos especiais. Com a própria produtora Star realizou mais de 500 títulos. Era comumente ator, cenógrafo, produtor e distribuidor. Na mostra, Viagem à Lua será exibida numa nave espacial projetada para o evento.

No dia 15, é a vez de os bisnetos de Méliès, Marie-Hélène e Lawrence Lehérissey, narrarem histórias dos filmes. A renovação artística da família é significativa ao destino desse precursor morto em 1938, aos 76 anos, depois de um declínio que o levou a abrir uma loja de brinquedos na Gare Montparnasse, ponto de partida do filme de Scorsese.

Serviço:
Georges Méliès – Mágico do cinema
Museu da Imagem e do Som – São Paulo
4 de julho a 16 de setembro

Um comentário:

Freudeu disse...

André, eu gostarti que você assistisse ao filme "Sopro do Coração", produção francesa e nos brindasse com uma resenha.